Neste artigo faz-se uma breve síntese da descoberta dos Raios X, feita por Wilhelm Conrad Roentgen, em 1895, referindo-se ainda factos correspondentes à sua biografia. Descrevem-se algumas experiências, feitas por físicos notáveis, que levaram à descoberta da natureza da referida radiação e ao conhecimento de algumas das suas propriedades. São também referidas, a título de informação, algumas das suas mais importantes aplicações actuais.
No ano das comemorações do primeiro Centenário da Descoberta dos Raios X, evoca-se neste número a figura do professor José Gomes Ferreira, investigador que muito contribuiu para a consolidação da investigação neste domínio em Portugal, e a quem a Sociedade Portuguesa de Física muito deve, pela contribuição dada às suas actividades e, de um modo muito especial, à publicação da Gazeta de Física.
Ao comemorar-se o centenário da descoberta dos raios X, que decorre no corrente ano, julga-se oportuno relembrar o início da actividade de investigação em Física na Universidade Portuguesa — de uma forma sistemática e organizada — que se processou justamente em Física Atómica, através do estudo dos espectros de raios X. Tem-se a intenção de recordar os pioneiros dessa actividade e, sobretudo, mostrar como eles souberam ultrapassar as enormes dificuldades que se lhe depararam ao introduzir na nossa Universidade aquilo que, para a generalidade dos docentes, parecia irrealizável ou mesmo inadequado: a pesquisa experimental em ciências fundamentais.
Um número da Gazeta de Física dedicado aos 100 anos dos raios X não podia deixar de conter um artigo sobre a radiação de sincrotrão e as suas aplicações, principalmente em estudos que utilizam a radiação electromagnética na gama dos raios X. A utilização de fontes tradicionais de produção de raios X — as ampolas de raios X — para investigar a estrutura da matéria, foi já descrita num número desta revista [1]. Recentemente foi também publicado nesta revista um outro artigo [2] relacionado com a radiação de sincrotrão e as suas possibilidades como instrumento experimental, dedicado especialmente à nova fonte europeia, o ESRF, em Grenoble, França.
Academia das Ciências de Lisboa comemorou a passagem do l.° centenário da morte de Heinrich Hertz numa sessão expressamente dedicada a esse facto, tendo sido apresentadas duas comunicações, uma de que se publica a primeira parte e a outra de autoria da Prof. Lídia Salgueiro. Neste texto apresenta-se a segunda parte da comunicação que incide fundamentalmente sobre a obra de Hertz e as suas repercussões, com ênfase na descoberta experimental das ondas electromagnéticas previstas por Maxwell, e na acção pioneira que Hertz teve na investigação da Electrodinâmica dos corpos em movimento. Divulga-se, assim, a vida e obra de um físico ilustre que, além do seu trabalho experimental, se revelou também um teórico lógico, consistente e corajoso.
Em finais de Junho passado, os meios de comunicação social (dos jornais diários e semanários, às rádios e televisões) e as revistas da especialidade (por exemplo, Phys. World, vol. 8., Agosto 1995, p. 21) anunciaram, com grande relevo, que cientistas americanos haviam confirmado uma previsão de Einstein com mais de 70 anos. Tratava-se, diziam (acompanhando a informação de bonitas imagens coloridas), da condensação de Bose- -Einstein, como se esta designação tornasse evidente, para todos, o que havia sido observado pela primeira vez. Que é, então, a condensação de Bose-Einstein e em que consistiram as experiências que a vieram confirmar?