O interesse no estudo sistemático da Física de Plasmas iniciou-se no princípio da década de 50 com a apresentação dos primeiros projectos que previam a construção de reactores de fusão nuclear controlada [ 1] e com o advento da Física Espacial (pensa-se hoje que mais de 99 % da matéria do Universo está no estado de plasma, isto é, na forma de um gás ionizado, electricamente neutro à escala macroscópica, com comportamento colectivo [2, 3]). A Física de Plasmas desempenha actualmente um papel importante em numerosos sectores da física moderna, nomeadamente, em Física do Estado Sólido, Astrofísica, Geofísica e Cosmologia (estudo da ionosfera, magnetosfera e atmosfera terrestes, do vento solar, do interior e da atmosfera das estrelas, das cinturas de radiação de Van Allen, do gás interestelar) e tem igualmente várias aplicações tecnológicas importantes, como por exemplo...
Neste trabalho procuramos estudar o papel da intuição nas descobertas e invenções em Física. Inicialmente, analisamos o processo criativo geral revelado na Arte, na Ciência e no Humor (Kneller, Koestler), processo esse constituído de quatro etapas básicas (Poincaré): preparação, incubação, iluminação (intuição) e verificação, das quais a intuição é um factor preponderante. Em seguida, ao fazermos um estudo histórico da intuição, verificamos que ela nos proporciona conhecimento através da razão (Platão), da emoção (Plotino, Santo Agostinho) e da volição (Fichte, Dilthey). Por fim, usando uma série de exemplos, tentamos mostrar que as descobertas e invenções físicas, decorrem basicamente, de três tipos de intuição: racional, decorrente de trabalhos conscientes de seus autores e ocorrida, no entanto, fora das «torres de marfim» (Arquimedes, Newton, etc.); emotiva, proveniente de idéias isoladas e que, contudo, estão fora do paradigma científico vigente (Newton, Langevin); e volitiva, resultante de acidentes ou serendipitidades (Fermi, Roentgen, Becquerel, etc.).
Ao pensarmos em temperaturas absolutas, imaginamos uma grandeza que, ao contrário das temperaturas medidas em quaisquer outras escalas, é sempre positiva. Por seu turno, o zero absoluto, sendo inatingível, aparece-nos como uma espécie de nec plus ultra. Qual poderá ser, então, o significado de temperaturas absolutas negativas? Será o de temperaturas «abaixo de zero», mais «frias» do que as temperaturas absolutas positivas? Neste caso, se tivéssemos um sistema a 0,1 K e o arrefecêssemos a uma temperatura absoluta negativa, o sistema teria de passar pelo zero absoluto? Se sim, o 3.° Princípio da Termodinâmica — que nega a possibilidade de se atingir o zero absoluto através de uma série finita de processos (mesmo que ideais) — será violado? E o l.° e 2.° Princípios: serão afectados por esta ideia de temperaturas absolutas negativas?
Com a realização da Física 86 em Braga cumpriu-se de novo a regularidade bienal das Conferências Nacionais de Física, promovidas pela Sociedade Portuguesa de Física. A participação nesta conferência permitiu ter um contacto directo com o trabalho de investigação de muitos grupos, permitiu confrontar ideias, estabelecer colaborações e sentir as linhas de força e os pontos de crescimento da física no nosso país.
Em Braga, no passado dia 2 de Outubro de 1986, tiveram lugar as Olimpíadas Nacionais de Física. Participaram nas provas os alunos do ensino secundário que tinham sido vencedores das Olimpíadas Regionais, realizadas pelas Delegações de Lisboa, Coimbra e Porto, em Junho de 1985.