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Volume 5 / Fascículo 1
Julho 1970
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Após um interregno de seis anos volta a Gazeta de Física a reatar o convívio interrompido com os seus leitores. Iniciada a publicação em Outubro de 1946 conseguiu a Gazeta de Física manter a sua existência ao longo de dezoito anos, durante os quais publicou 35 fascículos, numa totalidade de mais de um milhar de páginas. Bem sabemos que a qualidade da matéria inserta nesses fascículos tem muito mais peso na avaliação do merecimento da Gazeta de Física do que o número total das suas páginas, mas julgamos digno de considerar-se este aspecto, meramente quantitativo, porque demonstra a convicção de todos os componentes do seu corpo redactorial de que era necessário teimar na publicação de uma revista destinada a fomentar o interesse pelos assuntos da Física. Só essa convicção foi capaz de dar coragem para que a publicação da Gazeta de Física prosseguisse durante tanto tempo. 


O intervalo de tempo que decorre entre os anos de 1964 e 1970 não terá, futuramente, numa visão rectrospectiva do nosso ensino liceal, nenhum significado particular que justifique a escolha dessas datas como limites. Estamos a dar-lhe relevo apenas por ter sido nesse intervalo de tempo que a Gazeta de Física deixou de ser publicada, e como, em toda a sua existência, sempre manifestou o mais vivo interesse pela melhoria do ensino da Física, justifica-se que pretendamos agora dar balanço ao que se passou durante esse tempo.


Alguns dos planetas possuem uma camada gasosa exterior designada atmosfera (do grego atmos-f-sphaire), que constitui uma cobertura cuja estrutura geral depende da composição, temperatura, campos gravítico e magnético, propriedades dos constituintes do espaço interplanetário envolvente, etc. A atmosfera terrestre é uma região complexa de interaeção entre a superfície do globo e o espaço interplanetário, ligada à terra por atraeção gravítica, constituída por camadas de composição química, densidade, temperatura, pressão e extensão diferentes.


Na última década, os neutrões chamados lentos — energia inferior a 1 eV (*), — adquiriram grande importância no estudo das ligações interatómicas dos corpos que constituem o nosso mundo físico, a ponto de serem considerados hoje em dia ferramenta das mais valiosas de que dispõe o investigador naquele domínio. Este facto deve-se naturalmente às propriedades do neutrão, que determinam a natureza específica da sua interaeção com a matéria, mas deve-se também ao progresso tecnológico que levou à construção de fontes de neutrões adequadas à experimentação. Em particular os reactores nucleares permitem pôr à disposição do experimentador feixes de radiação suficientemente intensos para este tipo de aplicações.


"Um dos volumes mais notáveis de toda a literatura científica parece-me ser o volume 17, série 4, de Annalen der Physik do ano 1905» escreveu o físico Max Born. É neste volume que se encontra o primeiro artigo de Albert Einstein sobre a teoria da relatividade. Nesse mesmo ano Einstein escreveu cinco artigos em Annalen der Physik numa expressão notável da sua plenitude criadora. Porém foi o artigo sobre a teoria da relatividade com o título «Acerca da electrodinâmica dos corpos em movimento» o que teve maior influência na evolução da ciência e vida contemporâneas provocando uma profunda revolução no pensamento racional do homem. "


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