Ainda há poucos anos, o bioquímico viu-se diante de um problema quase irresolúvel, querendo seguir, no organismo vivo, as trocas e transformações metabólicas das substâncias alimentícias ingeridas. Confundem-se estas com os constituintes da célula viva, perdendo-se a sua pista antes da eliminação dos seus derivados, já inúteis para a economia material e energética do organismo. Revelaram-se insuficientes os métodos analíticos da bioquímica estática, grosseira a determinação de números globais, como sejam o balanço nutritivo, e do cociente respiratório. Para distinguir matérias endógenas, para identificar e dosear os produtos intermediários do metabolismo, que desaparecem tão ràpidamente como se formam, em quantidades mínimas, num laboratório cujos recipientes não são de vidro, recorreu-se ainda a várias técnicas, nem sempre isentas de objecções justificadas: O método de estudar sistemas simplificados - a profusão dos orgãos isolados e os cortes de tecidos são exemplos desta técnica - não toma em consideração a multiplicidade e a coordenação das reacções biológicas, e as experiências com sistemas alterados lesam as condições fisiológicas. Sobrecarregando, por exemplo, o organismo com determinadas substâncias bioquímicas, para seguir o seu caminho pela acumulação dos seus derivados metabólicos, o bioquímico quase se torna patologista.