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Volume 3 / Fascículo 7
Março 1959
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O actual plano de estudos de Física nas nossas Faculdades não sofreu alteração apreciável desde que em 1911 elas foram criadas. Das ligeiras modificações até hoje introduzidas, destacaremos as duas mais significativas. A primeira foi originada pela criação em 1946 da licenciatura em Ciências Geofísicas que introduziu no grupo da Física as seguintes novas disciplinas: Geofísica, Meteorologia e Óptica, tendo sido suprimida a cadeira de «Acústica Óptica e Calor». A segunda foi motivada pela recente reforma dos estudos de Engenharia que criou as cadeiras de Física Atómica, Curso Complementar de Física e Electrónica e prolongou por mais um semestre a disciplina de Termodinâmica. Estas reformas no entanto pouco ou nada influíram na licenciatura em Ciências Físico Químicas, pois as suas disciplinas de Física reduzem-se ainda a: Curso Geral de Física, Electricidade, Termodinâmica (semestral), Óptica, e Mecânica Física (semestral). A este deficientíssimo plano de estudos que ignora os progressos da Física dos últimos decénios, temos a acrescentar uma outra causa que muito também tem prejudicado o seu ensino. Referimo-nos ao grande aumento que sofreu a população escolar nos últimos vinte anos, sem que simultâneamente se tivessem alargado os quadros e instalações das Faculdades de Ciências. Por isso o rendimento do ensino baixou notàvelmente, muito principalmente na parte que diz respeito ao ensino laboratorial. Estas deficiências são extremamente graves. Devido a elas os licenciados acabados de formar ficam com uma visão muito imperfeita do mundo físico que os cerca. Por isso, em geral, não se encontram em condições de poderem cabalmente desempenhar a missão que lhes compete, nem nos laboratórios de inves- tigação, nem nas escolas onde deverão ensinar.
Na vasta obra científica de Frederico Joliot três assuntos de investigação realçam: a contribuição fundamental dada para a descoberta do neutrão, a descoberta da radioactividade artificial, a concepção do primeiro reactor nuclear. A descoberta do neutrão comporta três fases perfeitamente distintas. A primeira reside nas experiências feitas na Alemanha, por Bothe e Becker, bombardeando alguns elementos de baixo número atómico (boro, berílio, etc.) com partículas alfa emitidas pelos radioelementos naturais; estes investigadores descobriram, utilizando como detectores contadores de Geiger-Müller, que aqueles elementos, sob a acção das partículas alfa, emitiam radiações que admitiram serem do mesmo tipo das radiações gama dos radioelementos naturais mas muito mais penetrantes.
Encontra-se, nos Compêndios de Física elementar, uma fórmula matemática destinada a calcular o número de imagens dadas por dois espelhos planos, inclinados entre si, relativamente a um objecto colocado entre eles. Obtém-se esse número de imagens (n) dividindo o número de graus da circunferência (360) pelo valor (α), em graus, do ângulo diedro que os espelhos formam entre si, e subtraindo uma unidade ao cociente obtido...
Estamos a viver actualmente nos princípios da era dos satélites artificiais da Terra, e uma das questões que mais interessa considerar é a da avaliação dos benefícios que o lançamento de satélites artificiais, traz para o alargamento dos conhecimentos científicos. Além das dificuldades de carácter técnico que têm de ser resolvidas para que o lançamento de um satélite seja coroado de êxito, ainda é necessário escolher cuidadosamente quais os problemas científicos a investigar, visto que as dimensões dos satélites são limitadas, de modo a instalar convenientemente os instrumentos utilizados nas referidas investigações.
F. C. P. - Prova prática de Física Atómica (1.a chamada) em 2 de Outubro de 1958. F. C. L. - Problemas apresentados aos alunos da cadeira de Electricidade no ano lectivo, de 1957-1958 (Resoluções de M. T. Antunes, Prof. Ext. da F. C. L.)
Frédéric Joliot-Curie e Ernest Lawrence; Prémios Nobel de Física e de Química; Lançamento de satélites artificiais; Reuniões internacionais de Física em 1959;

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