As universidades em Portugal gozam de autonomia consagrada na Constituição da República. Contudo, a esta solenidade no plano dos princípios corresponde uma prática pouco autonómica. Desde logo, o acto mais importante da vida da universidade, a escolha dos seus
professores, está balizado por um diploma legal, designado por estatuto da carreira docente, negociado entre o Estado e os sindicatos sem que a instituição universidade tivesse tido qualquer interferência. Apesar da tradição, não estou convencido de que terá de ser sempre assim. Antes pelo contrário: a realidade muda-se. Por isso, é tempo de abrir um debate sobre estes assuntos. É o que vou procurar fazer aqui.