É um prazer comunicar com Coimbra através do sistema de teleconferência. Lamento muito não poder estar presente pessoalmente, pois gostaria, desde há muito tempo, de visitar essa antiga e maravilhosa universidade. Vamos hoje debruçar-nos sobre o tema a que chamo pléctica, o estudo da simplicidade e da complexidade. No Instituto de Santa Fé, que ajudei a criar, lidamos principalmente com assuntos que se relacionam com a simplicidade e a complexidade. Cheguei ao nome pléctica da seguinte forma. A palavra “complexo” vem de plexus, que significava originalmente “entrelaçado”, e com que significa “uns com outros”, ou seja complexo significa “entrelaçado de uns com outros”. Do mesmo modo, “simples” deriva de raízes que significam “dobrados uma única vez”. As palavras latinas que sigificam “entrelaçado” e “dobrado” têm a sua origem mais remota na raiz indo-europeia plek-. Em grego, esta raiz origina plektos, que significa “entrelaçado”. Assim, ao usar a palavra plectics estou a descrever o tema da simplicidade e da complexidade sem dizer se estou a falar sobre algo simples ou complexo. Então, o que entendemos por complexidade e pelo seu oposto, simplicidade? Seriam precisos muitos conceitos, muitas grandezas, para captar todos os diferentes signi- ficados implícitos no nosso uso da palavra complexidade. Mas existe um conceito - a que chamo complexidade efectiva - que representa de forma bastante aproximada aquilo que normalmente queremos dizer quando usamos esta palavra em linguagem vulgar ou no discurso científico. Uma definição não-técnica de complexidade
efectiva seria o comprimento de uma descrição extrema- mente comprimida das regularidades de uma determinada entidade. A compactação -a eliminação da redundância - é muito importante; de outra forma, o comprimento da mensagem preocupar-nos-ia muito pouco.