As Olimpíadas Internacionais de Física decorreram em Mumbai, Índia, de 5 a 12 de julho. Participaram nesta competição 382 estudantes finalistas do ensino secundário de 82 países. Esta Olimpíada, que vai já na XLVI edição, é uma competição anual onde jovens estudantes pré-universitários são convidados a demonstrar a sua preparação em Física em dois longos e difíceis exames (um teórico e um experimental). O nível de conhecimentos requeridos para realizar estas provas vai muito para além do programa do secundário de Física, envolvendo por parte dos estudantes imenso esforço e dedicação durante a fase de preparação. O vencedor absoluto desta olimpíada, que obteve a melhor classificação no conjunto dos dois testes, foi um estudante da Coreia do Sul, Taehyoung Kim. Apesar de não ser costume, neste ano os problemas teóricos focaram-se principalmente em tópicos de Física Nuclear e de Partículas. Os estudantes responderam a complexas questões sobre a radiação e as partículas resultantes da fusão nuclear que ocorre no sol e também sobre as propriedades ondulatórias da matéria. Na última questão a equipa nacional resolveu um problema sobre detalhes do funcionamento de um reator nuclear.
Os team-leaders que acompanharam a delegação a Mumbai, Fernando Nogueira e Rui Travasso, fazem um balanço muito positivo da prestação portuguesa: “A prestação global dos nossos estudantes foi muito boa, tendo-se verificado um claro melhoramento dos resultados da componente teórica da equipa nacional quando comparados com anos recentes.”
Os docentes da Universidade de Coimbra salientam que “os temas das questões da prova teórica, exigiram muito à vontade com tópicos de Física a que os estudantes só foram expostos no processo, curto, de preparação para estas Olimpíadas. A prova experimental foi muito longa e complexa, e era necessário ter grande destreza experimental para conseguir recolher e analisar todos os dados em tempo útil. Esta prova foi baseada experiência realizada por Rosalind Franklin que resultou na descoberta da estrutura do DNA e no prémio Nobel de 1962. Foi o árduo trabalho de preparação dos alunos ao longo do ano, individualmente, nas suas escolas, e nas sessões de decorreram na Universidade de Coimbra, que foi aqui posto em evidência com estes ótimos resultados. Os professores destes alunos tiveram também um papel de extrema importância, visto que a preparação experimental foi feita com eles, nas escolas e fora do horário normal. A muito deficiente componente experimental dos programas ministrados no nosso ensino dificulta enormemente o trabalho de preparação, exigindo muito esforço da parte dos alunos para compensar o seu baixo à vontade num laboratório de Física.”.
A lista dos estudantes portugueses é a seguinte:
Grégory François Xavier Leatitia Marie Ghislain Bonaert (Agrupamento de Escolas Júlio Dantas, Lagos), medalha de bronze
André Miguel Gomes Pereira Lello de Almeida (Colégio Luso-Francês, Porto), menção honrosa
José Guilherme Boura de Matos (Escola Secundária de Mirandela), menção honrosa
João Carlos Lourenço Antunes (Escola Secundária da Amadora), menção honrosa
David José Simões Pereira (Escola Secundária Lima-de-Faria, Cantanhede).
Equipa portuguesas na XLVI Olimpíada Internacional de Física ‑ IPhO’2015, que decorreu em Mumbai, Índia, de 5 a 12 de julho de 2015. Da esquerda para a direita: Poorva Daptardar (guia da equipa portuguesa), João Antunes (E.S. da Amadora, menção honrosa), André Almeida (Colégio Luso-Francês, Porto, menção honrosa), David Pereira (E.S. Lima-de-Faria, Cantanhede), Grégory Bonaert (Agrupamento de Escolas Júlio Dantas, Lagos, medalha de bronze) e José Matos (E.S. de Mirandela, menção honrosa).
As Olimpíadas de Física são uma atividade promovida pela Sociedade Portuguesa de Física com o patrocínio do Ministério da Educação e da Ciência, da Agência Ciência Viva, da Fundação EDP e da Fundação Calouste Gulbenkian. O treino da equipa decorreu no Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, integrado nas atividades da escola Quark! de Física para jovens.