Parabéns e votos de um excelente futuro à equipa que participou nas Olimpíadas Ibero-Americanas 2019

A XXIV Olimpíada Ibero-Americana de Física decorreu em San Salvador, El Salvador, de 6 a 13 de setembro. Participaram nesta competição estudantes pré-universitários de 19 países. A equipa Portuguesa conquistou duas medalhas de Bronze e duas Menções Honrosas.

A lista dos estudantes portugueses é a seguinte:

Maria Eduarda Caldeira (E. Sec. Nuno Álvares, Castelo Branco), medalha de bronze

Rafael Soares (E. Sec. Domingos Sequeira, Leiria), medalha de bronze

Francisco Ferreira (Grande Colégio Universal, Porto), menção honrosa

Francisco Costa (E. Sec. Domingos Rebelo, Ponta Delgada), menção honrosa

Os professores que acompanharam a delegação a San Salvador, João Carvalho e Isabel Lopes, fazem um balanço positivo da prestação portuguesa: “A prestação global da equipa foi muito boa, tendo atingido um resultado muito meritório, e trazendo para casa várias medalhas e menções, objetivo sempre difícil de conseguir devido ao número de participantes e o nível da competição.

Uma das participantes partilhou a sua experiência com o seguinte testemunho:

Participação nas Olímpiadas de Física

A minha participação nas Olímpiadas de Física começou nas Olímpiadas Nacionais (ODF). A minha professora do secundário tinha falado em levar alguns alunos da escola às Olímpiadas e, como gosto deste tipo de competições, decidi participar. A primeira fase foi a fase regional; não senti que a prova me tivesse corrido particularmente bem e não estava à espera de passar à nacional, mas acabei por obter uma menção honrosa. Foi na regional que tive o primeiro contacto "a sério" com a ideia das Olímpiadas de Física e o seu funcionamento. Foi também aí que percebi melhor como funcionava o projeto Quark! do qual já tinha ouvido falar, e percebi que tinha a oportunidade de fazer parte deste projeto caso ficasse entre os 20 melhores nas nacionais. Acabei por definir como objetivo da fase seguinte entrar no projeto Quark! e tentei preparar-me para a prova. Honestamente, foi um pouco frustrante no início porque as provas de anos anteriores requeriam muitos conhecimentos que eu não tinha… Mas fui compreendendo melhor o funcionamento dos problemas e a forma como os devia abordar. A participação na final trouxe-me uma experiência diferente da regional. Achei que a prova me tinha corrido melhor do que na regional e fiquei muito contente quando soube que tinha ficado entre os 20 melhores, apesar de não ter ganhado nem medalha nem menção honrosa. Sabendo que tinha entrado no projeto Quark!, entendi que tinha a oportunidade única de ser selecionada, no ano seguinte, para uma das competições internacionais de física em que Portugal participa: as IPhO e as OIbF. Andei algum tempo a pensar no assunto e decidi que me ia dedicar a sério a aprender a física mais avançada, necessária para compreender os problemas das Olímpiadas. E, desde que entrei no Quark!, tive acesso aos recursos necessários para me preparar, tanto através das aulas como estudando sozinha. Novamente, pode ser frustrante tentar aprender algo completamente novo e exigente, sobretudo por nós próprios… Senti isso algumas vezes, mas acabava sempre por perceber que estava a aprender algo que achava interessante e que isso era importante para mim. A minha participação no projeto Quark! foi fundamental para atingir o nível de conhecimento que atingi no decorrer do ano, e que me permitiu ser selecionada para as Olimpíadas Ibero-Americanas de Física (OIbF). A prova de seleção não correu como eu queria… E fiquei bastante desiludida com isso, achava que não ia ser selecionada e, apesar de saber que o que tinha aprendido era o mais importante, sentia que o meu esforço tinha sido feito em vão. Fiquei muito feliz quando soube que ia fazer parte da equipa que ia representar Portugal esse ano em El Salvador, nas OIbF. Continuei a preparar-me, quer sozinha quer nas duas sessões de preparação extra para as Olimpíadas que tivémos no Quark!, com o objetivo de conseguir um bom resultado para Portugal. Sabia que a equipa que nos ia representar era muito boa, e todos tínhamos grandes hipóteses de conseguir um bom resultado. Em El Salvador a experiência foi ótima. Claro que há sempre alguns problemas… A organização foi muito fraca relativamente ao que se espera num evento deste género (nomeadamente no que diz respeito às falhas do material experimental). Mas fomos muito bem recebidos pelos guias e pelos outros participantes, foi muito bom conhecer outras pessoas de outras culturas e estar fora do país durante uma semana a representar Portugal. Os resultados não foram de longe os que eu queria… A verdade é que inicialmente não sabia muito bem o que esperar, mas senti que podia ter feito melhor na parte experimental e que isso condicionou o meu resultado. Acho que, depois das provas, e mesmo tendo noção do que nos tinha corrido pior, a maioria dos membros da equipa estava confiante de que ia ter um resultado melhor do que o que teve… Não me agrada o facto de termos tido uma das prestações mais fracas de Portugal nos últimos anos… E confesso que não fiquei nada contente com o meu resultado. Contudo, fiquei feliz por ter participado, com tudo o que aprendi, com as pessoas que conheci e a experiência fantástica das Olimpíadas. Sinto, apesar de tudo, que o trabalho que tive compensou imenso, e voltava, sem dúvida, a repetir a experiência.

Maria Eduarda Loureiro Caldeira.


Publicado/editado: 26/09/2019

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