O aspecto elementar que, por fôrça das circunstâncias, é próprio do ensino da Física nos liceus obriga, muitas vezes, a deixar em suspenso alguns problemas menos simples que não escapam aos alunos bem dotados de inteligência. Estuda-se no Liceu a chamada equação de Coulomb F=l/exQQ'/x2 em que F é a fôrça que solicita mütuamente as cargas eléctricas pontuais Q e Q', x a distância entre elas, e e a constante dieléctrica do meio no qual se exerce a referida fôrça. Por convenção do sistema electrostático C. G. S., o valor numérico da constante dieléctrica espacial, isto é, da constante dieléctrica do vácuo (eo) é a unidade. Portanto, podem os alunos, nas suas aplicações, exprimir o valor de F em dynes, os de Q e Q' em unidades electrostáticas de quantidade de electricidade (U. Es. Q.), o de x em centimetros e o de eo=1 sempre que as acções eléctricas se passem no vácuo. Conhecedores dêstes factos e habituados a repetidos exercícios sôbre mudanças de unidades, logo vários estudantes concluem apressadamente que, se exprimirem os valores de Q e de Q' em unidades do sistema Giorgi (coulombs) e o valor de x em metros, lhes virá o valor de F em newtons, continuando, é claro, a usar para eo o valor l. Assim caem fatalmente no êrro, que os alunos expeditos reconhecem depressa, quando verificam que o valor obtido para a fôrça, expresso em newtons, não corresponde, quando reduzido a dynes, ao valor obtido com o emprêgo do sistema C. G. S..