Uma das características da ciência atual, particularmente no contexto das suas aplicações, é a integração de sistemas e conceitos vindos de diferentes áreas do saber que permitem implementar soluções que, muitas vezes, cremos estarem apenas no domínio da ficção científica. Os desenvolvimentos recentes na tecnologia de veículos de condução autónoma são um bom exemplo destes aspetos e a Física tem dado contribuições importantes para a possibilidade, ainda incerta, da sua implementação futura.
O conceito de carros de condução autónoma já tem alguns anos. Desde as primeiras experiências, feitas ainda nos anos 20 do século passado, foram sendo desenvolvidos protótipos, com bastantes limitações, muito baseados no controle externo do veículo (controle por rádio, por exemplo). No entanto, para poderem ser bem-sucedidos no seu uso corrente, os carros autónomos terão que participar no transito normal e na vida do quotidiana das nossas povoações, sem que exista intervenção exterior para os controlar.
O que têm em comum o caminho da lua no mar e a condução autónoma de veículos? A reflexão difusa da luz em superfícies rugosas e materiais heterogêneos é responsável pela visibilidade de objetos que não conseguiríamos ver de acordo com a lei de Snell. O mesmo fenómeno ótico também está na base do funcionamento de sensores remotos chamados LIDARs (abreviação de Light Detection And Ranging) que surgiram nos anos 60 do século XX nos Estados Unidos e na União Soviética com a finalidade de medir a distância a objetos, estudar superfícies inacessíveis (como a da Lua) e analisar a atmosfera. As aplicações atuais também incluem a geodesia, topografia e arqueologia, como um dos instrumentos de mapeamento, e a mobilidade, em sistemas de condução autónoma de veículos.
Neste artigo descreve-se uma nova montagem experimental criada para a plataforma de experiências remotas online do Instituto Superior Técnico, o e-lab. A nova montagem experimental, denominada Painel Fotovoltaico, foi criada por forma a permitir o estudo das características básicas de um painel fotovoltaico. Em particular, permite a obtenção dos objectivos definidos nas metas curriculares do 10º ano da disciplina de Física e Química A. Assim, começa-se por apresentar a montagem experimental,
os seus componentes, geometria e protocolos de utilização.
A montagem permite estudar como varia a potência gerada pelo painel em função do ângulo que faz com a fonte luminosa e em função da resistência de carga e permite ainda encontrar a resistência que maximiza a potência gerada para determinadas condições de ângulo de incidência e potência luminosa. Deste modo, apresentam-se também alguns resultados obtidos utilizando a montagem seguindo estes protocolos, sendo feita uma breve análise à forma como os resultados se desviam dos modelos mais simples, em particular dos comummente utilizados no ensino secundário.
A variedade de sensores, a sua portabilidade e a sua acessibilidade fazem dos telemóveis e as aplicações um excelente recurso digital para ser explorado. A aplicação phyphox é muito versátil e pode ser usada em experiências de luz, pressão, mecânica e eletromagnetismo. Neste artigo, vamos usar esta aplicação para determinar o valor da aceleração gravítica. A utilização de smartphones tem tido um grande incremento nos últimos anos e são publicados vários artigos que exploram estes dispositivos móveis e aplicações gratuitas como instrumentos de medida.
O ensino da física sempre se apoiou no conhecimento aprofundado do domínio da matemática ou pelo menos das suas técnicas. Todo o desenvolvimento da física até meados do século XX teve uma enorme componente de física-matemática. No entanto, e após surgirem os primeiros computadores, os métodos numéricos foram conquistando terreno às soluções necessáriamente aproximadas que a física-matematica e analítica nos propunha. Mas será que a física não poderá servir o propósito de conquistar as outras ciências para a ilustrar?
Jorge Venceslau Comprido Dias de Deus nasceu a 2 de maio de 1941 em Vila Fernando (Elvas), filho de pai arqueólogo e mãe professora primária, e faleceu a 1 de fevereiro de 2021. Pai de Joana Pimental Dias de Deus.
Aos 10 anos, vem para Lisboa, onde frequentou os liceus D. João de Castro e Camões.
De 1958 a 1964, foi aluno de Engenharia Química no Instituto Superior Técnico (IST), e presidente da Associação de Estudantes do IST (AEIST) entre 1963 e 1964.
O Jorge Dias de Deus foi um dos vários estrangeirados da ciência portuguesa dos anos setenta do século passado, criados pelo cruzamento do provincianismo e repressão salazaristas com a perspicácia da “primavera” marcelista e de Veiga Simão na aposta no conhecimento e na educação.
Eram os anos 80 do século passado quando o Jorge Dias de Deus chegou ao Instituto Superior Técnico, como Professor Convidado. Lembro-me, no dia que o conheci, da gabardina beje e do chapéu de chuva preto elegante da city, que recordo como um dos seus “looks” habituais ao longo dos anos.
Quando Isaac Newton morreu, em 20 de Março de 1727, foi enterrado na abadia de Westminster. O seu caixão foi carregado por membros da nobreza, num funeral digno de um rei. Alguns anos depois, o poeta Alexandre Pope escreveria como epitáfio “Nature and Nature’s laws lay hid in night; / God said, Let Newton be! and all was light.”
Newton inspirou, e até assombrou, os seus pares. Pierre-Simon Laplace terá afirmado, com algum pesar, que “existia apenas um Universo, e por isso apenas um Homem poderia descobrir a sua lei fundamental”. Essa lei era a lei da Gravitação Universal, uma das grandes glórias de toda a ciência. E esse Homem foi Newton.
Além de professor, Jorge Dias de Deus (1941-2021) foi também um divulgador científico preocupado com a difusão da atitude crítica e o aumento da cultura científica. Assim, além de uma «Introdução à Física» (2014), deixou seis livros de divulgação, o último dos quais é «Galileu e a Parábola», onde o autor expõe a sua visão empirista daquilo que é a Ciência e o seu método.
O livro é composto por sete capítulos. Nos primeiros quatro, são expostas considerações gerais sobre a Ciência, a técnica e o Homem; no quinto capítulo, parte-se do exemplo de Galileu e das suas experiências para ilustrar o método científico; no sexto, Dias de Deus dá exemplos da importância dos sentidos para o conhecimento científico e o último capítulo é uma breve conclusão. Encerra com um apêndice onde se expõe sinteticamente a visão mais difundida da relação entre o cientista italiano e a Astronomia.
Certamente já observaste os repuxos de rega automática nos parques da cidade ou nos campos, os repuxos que no verão molham os canteiros, relvados ou campos. Ou até já terás pegado numa mangueira para regar as tuas plantas e, possivelmente, molhar os amigos que se colocaram pela frente… Já reparaste na forma do jato de água que sai da mangueira ou do tubo de rega? Sabes como deves orientar a mangueira para a água chegar mais longe?
Vamos fazer uma experiência muito simples que te permitirá observar o que se passa com a água que sai de uma pequena abertura, empurrada pela água que fica acima do buraco.
Ações de Formação
A fase regional das Olimpíadas de Física, devido à situação de pandemia, decorreu de forma online no dia 10 de abril de 2021. A Sociedade Portuguesa de Física, uma vez mais, adaptou-se à realização deste evento de forma remota, mobilizando professores e alunos. Numa situação muito atípica,
estiveram envolvidos nesta atividade 232 alunos do 9º ano e 245 alunos do 11.º ano.
A UNESCO declarou o dia 5 de maio como o Dia Mundial da Língua Portuguesa. A União de Físicos de Países de Língua Portuguesa - UFPLP, da qual a Sociedade Portuguesa de Física é sócia institucional, celebrou esse dia juntando-se à realização de um Painel sobre “A Física nos Países de Língua Portuguesa”, que ocorreu às 14:00, hora de Lisboa, no dia 5 de maio e participaram meia centena de Físicos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique Portugal, São Tomé e Principe e Timor - a programação pode ser vista na página da União: www.ufplp.org e o registo do evento no YouTube
Centenas de estudantes de física universitários de 42 países reuniram-se online durante 4 dias para resolverem 12 problemas desafiantes de física
Physics League Across Numerous Countries for Kickass Students (PLANCKS) é uma competição internacional de física destinada a equipas de alunos de licenciatura e mestrado. É um evento de três/quatro dias que contém várias atividades científicas e sociais durante o qual os participantes são encorajados a descobrir diferentes áreas de investigação e indústria, bem como a cultura e o ambiente científico do país anfitrião do evento.