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Volume 23 / Fascículo 2
Junho 2000
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O Prémio Nobel da Física de 1999 foi atribuído conjuntamente aos professores Martinus Veltman e Gerardus 't Hooft, respectivamente da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e da Universidade de Utrecht, na Holanda. A citação da Academia Sueca no anúncio do prémio diz que receberam o prémio “por terem elucidado a estrutura quântica da teoria das interacções electrofracas”. Alguém mais dentro do assunto poderia dizer que eles colocaram a teoria da física das partículas elementares numa base matemática sólida. Em particular, eles mostraram como se pode usar a teoria para calcular com grande precisão certas grandezas físicas. Experiências nos grandes aceleradores de partículas europeus e norte-americanos confirmaram nas últimas duas décadas muitos desses cálculos, colocando a teoria das interacções electrofracas ao mesmo nível de precisão que a electrodinâmica quântica tinha adquirido nos anos 50. Neste artigo procurarei clarificar para o não-especialista algumas das afirmações anteriores.
Descreve-se uma investigação experimental acerca da influência do comprimento de uma bolha tubular isolada na sua velocidade de ascensão no seio de um líquido contido num tubo vertical. As experiências para um sistema ar-água foram realizadas num tubo, de parede interior lisa, com 2 m de comprimento e 20,6 mm de diâmetro interno. A conclusão principal deste trabalho é que, para líquidos pouco viscosos e em repouso, a velocidade da bolha tubular é independente do comprimento da bolha: onde g é a aceleração da gravidade, D é o diâmetro do tubo e C é uma constante determinada experimentalmente.
Físicos fora da Física?! Não, caro leitor, não se trata de um movimento de rectificação que vise expulsar os “maus” físicos. Também não se trata de nenhum fenómeno de deslocação forçada de físicos para outras latitudes profissionais. A verdade é que há muita gente com formação académica em Física - ou que, de uma forma ou de outra, “navegou nessas águas” - que, por sua opção, fez carreira, ganhou nome ou ascendeu ao estrelato por razões que nada têm a ver, à primeira vista, com essa formação. Ou será que têm?... Caberá ao leitor julgar.
Um conto de fim do milénio, com o contributo para a nossa sobrevivência entre micróbios e robôs. À chegada, o prestigiado Presidente da ACUM (Academia das Ciências Universal Microbiana) trocou umas palavras de circunstância com o colega (e candidato à sua sucessão), que tratara dos detalhes e o arrastara para aquele encontro. “Sabe, eu não dou muita importância a estas iniciativas do ministro Oag, mas sempre é preferível falar para os jovens do que para os políticos”. “Sim, os jovens de hoje são os políticos de amanhã, são eles o nosso futuro”.
A produção, em Portugal, de tecnologia competitiva que também possa ser colocada no mercado internacional e aí possa ser adquirida tanto por portugueses e estrangeiros, é uma aposta em que Henrique Machado Jorge acredita. Físico de formação, doutorado nos Estados Unidos em engenharia nuclear e presidente do Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (INETI) antes de ocupar idêntica função no Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI), o nosso entrevistado considera que há uma ampla margem para apoiar iniciativas dos agentes públicos e privados que contribuam para dinamizar a produção endógena de tecnologia. E espera que haja empresários com uma clara noção das suas necessidades tecnológicas capazes de as formular e encontrarem parceiros nas universidades e nos laboratórios de Estado.
Romper com um certo tipo de ensino || Doutoramentos no Minho || Astrofísica no Porto || Novo Supercomputador || Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra || Museu de Física || Novo Mestrado em Faro || Encontro Nacional de Educação em Ciência
Prémio europeu de Física || “Europhysics News” || Rede europeia de Física || O núcleo mais rico em protões || Econofísica || Detecção precoce do cancro || Nova Interpretação da Mecânica Quântica || O telescópio Hubble viu objecto misterioso || Riscas supercondutoras || Plasma de quarks-gluões || Circuito eléctrico que imita flutuações cambiais || O mais poderoso microscópio electrónico || Recordes de temperatura na Terra
Prémios Público-Gradiva-SPM e SPF || Física 2000
Fase regional || Olimpíadas Internacionais
“Didáctica da Física”, de António Alberto Silva, Edições ASA, Porto, 1999 || “Conversas de Física. Electricidade”, de António Alberto Silva, Edições ASA, Porto, 1999 || “Introdução à Física”, 2º edição, de Jorge Dias de Deus, Mário Pimenta, Ana Noronha, Teresa Pena e Pedro Broqueira, McGraw-Hill, Lisboa, 2000 || “Seis Lições sobre os Fundamentos da Física”, de Richard P. Feynman, Editorial Presença, Lisboa, 2000 ||“Coisas da Mecânica Misteriosa. A Dinâmica dos Osciladores na Economia”, de Francisco Louçã, Edições Afrontamento, Porto, 2000 || “Suicídios e Tempestades Magnéticas — Que relação?”, de Susana Isabel Ramos, Quarteto, Coimbra, 2000.
Embora não possua dados estatísticos nem, na verdade, reconheça que eles sejam fundamentais, julgo existir uma ligação muito estreita entre as questões da divulgação científica, em particular através dos museus de ciência, e uma boa formação em Física. Na realidade que conheço, no tempo e no espaço em que vivo, esta relação parece existir, determinando em grande parte a museologia de ciência que se vai desenvolvendo em Portugal e no mundo. Por que são os físicos tão sensíveis àquelas questões?

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